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Bancos: a transformação do Compliance para reduzir custos e automatizar

Na última década, o setor bancário juntou-se à corrida da Transformação Digital e, entretanto, ultrapassou grande parte das restantes indústrias – propondo produtos cada vez mais modernos e canais de interação mais inovadores. Hoje em dia, quem prescinde da comodidade de aceder à conta bancária apenas através do telemóvel?

As Fintechs e Insurtechs, sendo as primeiras, revolucionaram o mercado, mas os bancos tradicionais não ficaram atrás e imediatamente conseguiram apanhar o ritmo da inovação. Estas alterações com forte foco no self-service do cliente e na automação permitiram otimizar vários procedimentos e recursos necessários para execução das operações. No entanto, a utilização de novos canais, introdução de novos produtos, bem como maior facilidade em operar em várias zonas geográficas trouxeram também novos desafios regulamentares.

A European Banking Federation (EBF) indicou, em 2020, que 100 mil milhões de euros são gastos anualmente pelas instituições em compliance e aproximadamente 10% dos colaboradores dos bancos trabalham em posições diretamente ligadas a esta área. Estes valores indicam que, apesar dos avanços tecnológicos e da transformação do setor financeiro, os procedimentos e processos de compliance consomem enormes recursos aos bancos.

Compliance, como o próprio nome sugere, é uma obrigação. Nenhuma instituição fica empolgada por ter de fazer screening dos clientes ou apurar e submeter os reportes regulatórios. Porém, tem de o fazer, tanto por razões legislativas, como reputacionais. Este processo não só não traz novos clientes ou negócios, como também pode limitar os mercados e leads existentes. Ninguém quer arriscar coimas elevadas e perda de reputação ou, em situações extremas, encarar uma ameaça de fecho de portas. Por outro lado, também o derisking excessivo não é resposta mais segura. As instituições têm de procurar outras formas de otimizar e controlar os riscos relacionados com as suas operações sem estrangular o negócio.

A automação já presente em outras áreas de negócio é uma solução que claramente permite diminuir os custos de compliance. Mas então porque continuam estes tão elevados? O compliance é um tema delicado.

Uma automação excessiva e não balanceada coloca-nos num de dois extremos opostos: o risco de coima elevada ou o derisking exagerado. O desafio é encontrar um equilíbrio. É imprescindível automatizar as tarefas repetitivas e mecânicas e passar o foco da execução para o controlo. No entanto, por muita automatização que se faça, compliance irá sempre necessitar, em algum momento do processo, do four-eyes principle (ainda que o primeiro par de olhos seja de Inteligência Artificial). Como consequência, para além da automação, é crucial entender as necessidades de informação dos decisores humanos e disponibilizar-lhes toda a informação necessária no momento adequado.

O Sector financeiro é fortemente diferenciado. Cada instituição tem as suas características próprias, mercados onde atua, tipologia dos clientes, produtos e procedimentos específicos, bem como todo um ecossistema de soluções, parceiros e terceiros. A otimização dos processos de compliance, para ser bem-sucedida, tem de ter em conta todos estes fatores.

Os reguladores, na sua missão de fortalecer e tornar o sistema financeiro mais seguro, criam novos ramos legislativos para adequar a lei aos produtos emergentes ou canais de interação cada vez menos presenciais, tentando equilibrar o apoio à inovação no setor com as suas responsabilidades de supervisão. A legislação, e consequentemente as regras de compliance, irá continuar a evoluir e as instituições tem de estar prontas não só para responder às exigências atuais dos reguladores, mas também para, de forma ágil, acompanhar a evolução do mercado e encontrar as suas vantagens competitivas.

Na área da Banca da Quidgest trabalhamos com o intuito de facilitar as atividades de compliance – os nossos sistemas tornam as instituições bancárias mais eficazes em alturas de mudança de regulação, apoiamos a automatização dos processos e, assim, reduzimos custos.