A REVOLUÇÃO FINTECH

Muitos de nós conseguimos contar pelos dedos da mão quantas vezes tivemos, no passado ano, a necessidade de nos deslocarmos ao balcão de um Banco. Com o desenvolvimento das aplicações bancárias e um melhor serviço onboarding, é possível aceder a praticamente todos os produtos e serviços. Algo que, há poucos anos, tínhamos de realizar, obrigatoriamente, num balcão.

Este novo cenário a que temos vindo a assistir no setor bancário deve-se, em grande parte, ao surgimentos das Fintech que começaram a revolucionar a maneira como lidamos com os Bancos e com o nosso dinheiro com base nas tecnologias mais atuais.

Fintech, uma abreviatura de “Financial Technology”, é o conceito por de trás da utilização inovadora de tecnologias no fornecimento de serviços financeiros que está a transformar o setor bancário e que foi resultado do distanciamento que os Bancos sofreram das novas tecnologias como resultado da crise financeira de 2018 que os obrigou a focar exclusivamente nas novas regulamentações impostas pelos supervisores bancários.

Podemos ver a entrada das Fintech no setor financeiro de duas perspetivas. Por um lado são claramente um risco para os Bancos tradicionais uma vez que se tornaram concorrentes à altura, fornecendo o mesmo tipo de produtos que, tradicionalmente, eram fornecidos exclusivamente por Bancos com a vantagem acrescida que estas empresas podem escolher os serviços mais lucrativos que pretendem escolher, minimizando os riscos, enquanto um Banco tradicional não tem essa escolha. Por outro lado, o aparecimento das Fintech consciencializou os Bancos da necessidade de se adaptarem ao mundo digital.

Com a este novo cenário instalado, 2018 vai trazer ainda mais desafios ao setor bancário tradicional. Assim, escolhemos cinco grandes temas que devido à revolução Fintech irão ser decisivos no futuro do setor:

  1. Machine Learning: Os novos modelos instituídos peloas Fintech irão levar à adoção de novos modelos de regressão por parte dos Bancos construídos com base em padrões estudados e previstos através de inteligência aritifical.
  2. Blockchain: Com cada vez mais empresas especializadas nesta nova tecnologia capaz de reduzir fraudes e aumentar a transparência no setor, o Blockchain é um dos temas mais importantes. Muitas instituições terão de considerar a implementação desta nova tecnologia e qual as alterações que terão de fazer nos seus modelos para incorporá-la.
  3. Open Banking Standard: deve ser visto como um género de guia em como os “dados bancários devem ser criados, partilhados e utilizados”, tal como definido pelo grupo de trabalho criado a pedido do Departamento de Finanças do Governo do Reino Unido (HM Treasury) com o objetivo de estudar o impacto que os dados podem ter em ajudar clientes. O que se pretende é a partilha segura, através de APIs abertas, dos dados bancários para, tal como o grupo de trabalho afirma, “desbloquear todo o potencial de um setor bancário aberto para melhorar a concorrência, eficiência e estimular a inovação.”
  4. Segurança: em 2017, assistimos a um aumento de supervisão devido a um interesse generalizado das instituições em saber ligar com os novos risco cibernéticos e resultantes de TI obsoletos. Identificar novos métodos para tornar estas instituições financeiras menos suscetíveis a cibercrimes e violação de dados são um dos grandes temas dos próximos anos.
  5. Personalização automatizada: as novas tecnologias aliadas à transformação digital iniciaram um processo de transformação e melhoria da experiência dos consumidores na utilização de aplicações móveis em qualquer dispositivo. Os Bancos vão querer continuar a melhorar os seus serviços e, para tal, estes serão cada vez mais personalizados ao perfil dos seus clientes.

A revolução Fintech é uma das maiores transformações que o setor bancário já atravessou e irá reformular, totalmente, o setor.