Reportes Regulatórios / AML
A EBA (European Banking Authority) estima que 70% das instituições financeiras estão satisfeitas com as soluções RegTech implementadas, no entanto, nas áreas de reporting e AML estas percentagens caem para 33% e 22% respetivamente.
O que causa uma discrepância tão significativa na perceção destas áreas de RegTech?
Reportes regulatórios, assim como procedimentos de AML, são claramente centros de custos – consomem recursos significativos sem influenciar (aumentar) diretamente o negócio. Adicionalmente, sofrem alterações legislativas constantes. Os reguladores, com o propósito de supervisionar e garantir a segurança e estabilidade do sector financeiro, exigem uma análise aprofundada da informação reportada. De modo a identificar situações de branqueamento de capitais e financiamento de terrorismo, procedimento de AML geram um número elevando de alertas falsos positivos que têm de ser analisados e arquivados.
No entanto, é possível controlar estas variáveis e diminuir o custo envolvido. Tecnologias como Machine Learning e Inteligência Artificial permitem limitar o número de falsos positivos de tal forma que o foco da análise incidirá nas variáveis que de facto constituem um risco elevado do branqueamento de capitais. Simultaneamente, é possível dotar a solução de funcionalidades de calibração de procedimentos – ajustando limites para alertas (dentro do permitido pela regulação) à tipologia e risco dos clientes ou produtos.
No caso dos reportes regulatórios, o maior desafio na implementação das soluções é a abordagem para a análise dos dados. Os dados são utilizados como fonte para reportes e tratados de forma a encarar o projeto apenas como componente tecnológica, ignorando que o mesmo tem uma vertente funcional muito significativa. Uma abordagem única e ETL (Extract, Transform, Load) flexível e de acordo com os procedimentos definidos no BCBS239 permite diminuir substancialmente os custos futuros de manutenção da solução e acelerar o tempo de respostas ao regulador.
Paralelamente, a configuração dos reportes regulatórios, assim como dos processos de prevenção de branqueamento de capitais, é muito influenciada pelos procedimentos internos da instituição e formato de dados disponíveis para análise. Estão diretamente interligadas aos produtos e instrumentos comercializados pela instituição, tal como às populações de clientes. Esta diversidade de produtos e populações, agravada pelas diferenças internas na organização das instituições, requer que a solução de reporte ou AML seja flexível o suficiente para se encaixar na realidade desta instituição concreta.
Produtos IT rígidos, desenhados para todas as instituições do sector financeiro (e trata-se de um sector muito vasto), não conseguem responder às necessidades específicas de uma instituição concreta. Para além disto, fornecer cobertura a todos os casos possíveis aumenta a complexidade do sistema na sua utilização.
Para ultrapassar esta situação deve-se abordar as implementações como concatenação de duas realidades: de um produto maduro (com várias provas dadas) e de uma implementação e configuração especifica. Desta forma será possível não sobrecarregar os utilizadores finais com funcionalidades desnecessárias, simplificando ao máximo e diminuindo o número de passos necessários para o cumprimento regulatório.
É de mencionar que uma abordagem flexível ao processo de ETL de dados permite não apenas aumentar a qualidade dos dados processados, mas também facilitar aos utilizadores a execução de tarefas. Permite o foco no controlo e monitorização da informação reportada e vez de na execução de próprio reporte.
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